1 de set. de 2014

BARRAGENS DE RIACHO SECO E PEDRA BRANCA É TEMA DE COLUNISTA DO PORTAL "A TARDE"

O andamento das obras de transposição do rio São Francisco parece que vai tirar do papel os projetos de construção de duas pequenas barragens pela Chesf, cujo objetivo é compensar a perda de geração de energia da Usina de Sobradinho que a retirada de água do Velho Chico vai ocasionar. As barragens de Riacho Seco, no município baiano do Curaçá, e Pedra Branca, em Orocó, Pernambuco, se efetivamente forem construídas, vão provocar um impacto social tremendo: deslocar 11 mil pessoas que moram nos dois estados e terão suas casas submersas.

Novamente, ameaça virar realidade os versos da lendária música Sobradinho, de Sá e Guarabyra: "E passo a passo vai cumprindo a profecia/ Do beato que dizia que o sertão ia alagar/ O sertão vai virar mar". A composição descreve o drama das populações das cidades de Remanso, Casa Nova, Sento Sé e Pilão Arcado alagadas pelas águas de Sobradinho.

Almacks Luiz Silva, do Comitê da Bacia Hidrográfica do rio São Francisco, e representantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) querem levantar essa discussão. Alegam que, quando os projetos das barragens de Riacho Seco e Pedra Branca foram lançados, em 2005, não existiam na Bahia os atuais parques eólicos de geração de energia. "Atualmente a energia eólica é capaz de suprir eventuais carências de energia ocorridas com a transposição. Para que submeter essas populações ribeirinhas ao mesmo drama dos desalojados de outras regiões alagadas?", indaga Almacks.


Sustentabilidade - Cada um dos parques eólicos de Jacobina, Casa Nova ou Morro do Chapéu vai gerar duas vezes o que se prevê que as duas usinas hidrelétricas produzirão (Riacho Seco, 240 megawatts; e Pedra Branca, 320 megawatts). "Com a vantagem de não impactar a vida de milhares de pessoas", assinala Almacks. Ele afirma que essas duas intervenções no rio não estariam dentro do mote da "sustentabilidade". Lembrou ainda os dados da Hidrelétrica de Xingó, que gera dez vezes mais energia que o previsto para as usinas de Riacho Seco e Pedra Branca e desalojou apenas 90 famílias. Taí uma boa pauta para ser discutida na campanha eleitoral deste ano. Os estudos indicam que as águas represadas atingirão comunidades de Abaré, Curaçá e Juazeiro (BA); Petrolina, Santa Maria da Boa Vista, Lagoa Grande, Orocó e Cabrobó (PE).

A vida continua

Como o show deve continuar, apesar do trauma ainda presente do desastre que matou Eduardo Campos, o horário político da TV começa amanhã. Deveria ser a abertura entusiasmada da fase mais importante da campanha, mas não há como driblar o clima de velório e luto que entristece o país. Mas a vida segue. O projeto Vota Bahia (parceria do Grupo A TARDE, Rádio Metrópole e TV Aratu) recomeça hoje, às 8 horas, com a entrevista do candidato do PSOL ao governo, Marcos Mendes, na Rádio Metrópole, conduzida por Mário Kertész. Amanhã será a vez de Paulo Souto (DEM); na quarta-feira, Rui Costa (PT); e na quinta, Lídice da Mata (PSB).
Julgamento de registros
Quinta, 21, é o prazo final para que os Tribunais Regionais Eleitorais julguem todos os pedidos de registro de candidatos a governador, vice-governador, senador, suplentes e deputados federais e estaduais, com publicação das respectivas decisões. Até sexta-feira, o TRE da Bahia havia indeferido 40 candidatos a deputado federal e 57 a estadual.
Travando a pauta

Faltam apenas duas sessões para que o projeto de desafetação de 62 terrenos do município passe a sobrestar a pauta da Câmara, ou seja, impeça a votação de outras matérias.
Antes dele, porém, há na ordem do dia três vetos e mais um projeto do Executivo. O presidente da Câmara acredita que o caso dos terrenos será votado até o final do mês.
Aposta
Em entrevista recente a Mário Kertész, o candidato ao Senado Otto Alencar (PSD) enumerou uma lista extensa de municípios  nos quais o atual governo teria construído estradas de acesso.

Diante da surpresa do radialista, apostou:

- Se tiver alguma mentira, desisto da candidatura.
Paraíso dos ladrões
Os roubos no Rio Vermelho são tão constantes que, além de fixarem placas em determinadas ruas avisando aos incautos "cuidado, área de assalto", os moradores do bairro estão seguindo a recomendação que, certa feita, foi postada no site da Secretaria da Segurança Pública: a de levar algum dinheiro para não irritar o ladrão. Mas documentos e cartões devem ser deixados em casa.

Na Vila Matos, tradicional área do Rio Vermelho, puxar conversa com qualquer comerciante sobre a ladroagem é ouvir, ao menos, cinco casos de assalto recentes. Isso porque os bandidos não se sentem intimidados com mais nada.

Alguns trechos são muito perigosos por facilitar  as fugas, como as ladeiras que ligam a Cardeal da Silva à orla. Nesses locais, o raro é encontrar quem ainda não foi assaltado.
POUCAS & BOAS
O  vereador Vado Malassombrado (DEM) quer que os eleitores possam pegar ônibus de graça em dias de eleição, inclusive neste ano. Segundo projeto apresentado por ele na Câmara, seria necessário apenas mostrar título de eleitor e carteira de identidade para usufruir da gratuidade no transporte.
O governador Jaques Wagner inaugura hoje, às 8 horas, mais dois acessos no Imbuí para quem utiliza a Avenida Paralela. As obras fazem parte do programa Mobilidade Salvador, pacote de intervenções cujos investimentos somam R$ 8,5 bilhões dos governos estadual e federal. Politicamente, em tese, as inaugurações beneficiam o candidato de Wagner ao governo, Rui Costa. Obras de grande utilidade para o cidadão valem muito mais que as centenas de placas de propaganda política espalhadas pela cidade.
O professor Antônio Magalhães Ribeiro, mestre em administração, especializado no setor público, ex-secretário de Finanças de Salvador, lança nessa sexta, 22, às 18h30, na sede da Abase (Jardim Armação), o livro Origens, Cultura e Tolerância Social à Corrupção no Brasil. Leitura pertinente em ano de eleição.

Por Biaggio Talento, publicado na Coluna  Tempo Presente do Portal A Tarde

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